A segurança do paciente é um dos pilares mais importantes na prática clínica. Não à toa, deve ser prioridade absoluta em qualquer tipo de atendimento. Para apoiar essa missão, a Joint Commission International (JCI) estabeleceu as 6 metas internacionais de segurança do paciente.
Trata-se de um conjunto de diretrizes reconhecidas globalmente que ajudam a reduzir riscos, evitar danos e garantir uma assistência mais segura e assertiva.
Essas metas foram desenvolvidas com base em evidências e experiências de instituições de saúde do mundo inteiro, e hoje são referência para clínicas e consultórios que buscam excelência no cuidado.
Neste conteúdo, você vai entender o que são as 6 metas internacionais, como elas se aplicam à rotina de clínicas brasileiras e quais práticas podem ser implementadas desde já para fortalecer a cultura de segurança em estabelecimentos de saúde.
- O que é segurança do paciente?
- Quais são as 6 metas internacionais de segurança do paciente?
- Meta 1 – Identificação correta dos pacientes
- Meta 2 – Comunicação efetiva entre equipe e paciente
- Meta 3 – Segurança na prescrição e administração de medicamentos
- Meta 4 – Segurança em procedimentos cirúrgicos
- Meta 5 – Controle de infecções associadas aos cuidados em saúde
- Meta 6 – Prevenção de complicações por quedas
- O que é o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP)?
- A importância da segurança do paciente para clínicas e consultórios
- Perguntas frequentes sobre segurança do paciente
O que é segurança do paciente?
Segurança do paciente é o conjunto de práticas para reduzir riscos, evitar danos e promover um cuidado mais seguro em clínicas e hospitais.
Ela envolve a gestão de riscos clínicos, a aplicação de protocolos de segurança, a prevenção de eventos adversos e a eliminação de erros evitáveis. Na prática, isso inclui:
- Identificação e análise de situações que possam causar dano ao paciente;
- Diretrizes padronizadas para cada procedimento, como listas de checagem pré-cirúrgica;
- Ações para evitar quedas, infecções ou erros na administração de medicamentos;
- Controles que minimizam falhas no processo, como mecanismos de verificação de dosagens.
Por exemplo, ao orientar uma gestante com pré-eclâmpsia a caminhar pelo corredor, é essencial assegurar que o trajeto esteja livre de obstáculos e longe de áreas de contaminação, garantindo higiene e sinalização adequadas para evitar quedas e infecções.
Leia também: Segurança de informações médicas: Onde estão os dados do seu paciente?
Quais são as 6 metas internacionais de segurança do paciente?
As 6 metas internacionais de segurança do paciente, definidas pela Joint Commission International em parceria com a OMS, são diretrizes globais para padronizar práticas clínicas e reduzir (ou eliminar) riscos:
- Identificação correta dos pacientes
- Comunicação efetiva entre equipe e paciente
- Segurança na prescrição e administração de medicamentos
- Segurança em procedimentos cirúrgicos
- Controle de infecções associadas aos cuidados em saúde
- Prevenção de complicações por quedas
Segui-las na sua clínica significa adotar processos comprovados, elevar a qualidade do atendimento e aumentar a confiança de pacientes e equipe.
Meta 1 – Identificação correta dos pacientes
A identificação segura do paciente é o primeiro passo para evitar confusões que podem levar a falhas graves, como a administração de medicação ou procedimentos errados.
Em uma clínica moderna, isso vai muito além de perguntar o nome: envolve o uso de pulseiras com código de barras ou QR Code, conferidos eletronicamente a cada etapa do atendimento.
Essa meta também facilita a atuação dos profissionais. Afinal, muitas vezes, os pacientes podem ficar desconfortáveis em repetir suas informações pessoais, seus sintomas e histórico familiar.
Leia também: Conciliação medicamentosa: o que é e como deve ser aplicada
Meta 2 – Comunicação efetiva entre equipe e paciente
Uma comunicação clara e consistente é essencial para que informações críticas não se percam. Isso vale tanto para as conversas médico-paciente quanto para a troca de dados entre profissionais. Garanta que as informações sejam transmitidas de forma objetiva, completa e clara.
A Amplimed facilita esse fluxo ao oferecer um registro de notas e mensagens dentro do prontuário, além de lembretes automáticos de agendamento e resultados de exames por WhatsApp. Assim, todos permanecem alinhados, e o paciente sente que é ouvido em cada etapa do cuidado.
A comunicação é um dos pilares do tratamento e da segurança do paciente. Afinal, ela é importante tanto para que o profissional da saúde entenda as queixas e os sintomas, quanto para pacientes e familiares compreenderem o processo da doença e as prescrições.
Sempre, após explicar algum procedimento, pergunte se seu interlocutor entendeu. Mostre-se disposto a responder perguntas e explicar novamente se necessário. É dessa forma que se constrói a escuta ativa.
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Meta 3 – Segurança na prescrição e administração de medicamentos
Erros de medicação estão entre as causas mais comuns de eventos adversos e comprometimento da segurança do paciente. Para prevenir esse problema, é fundamental ter prescrição eletrônica integrada a um módulo de conciliação medicamentosa e controle de estoque.
As medicações de alta vigilância representam um risco ainda maior se administradas de forma equivocada. Por isso, são gerenciadas com critérios específicos. Os cuidados devem ser aplicados ao armazenamento, à prescrição eletrônica, dispensação, administração e ao monitoramento dos efeitos.
Nossa dica é que você sempre busque esses 5 acertos:
- Paciente certo;
- Medicamento certo;
- Dose certa;
- Via de administração certa;
- Horário certo.
Para isso, atente-se às questões relacionadas à ficha de anamnese do paciente: alergias, interações medicamentosas, superdosagem, idade, peso etc.
Na Amplimed, cada receita é emitida digitalmente, e o estoque de insumos e medicamentos é atualizado em tempo real. Esse nível de automação garante que o paciente receba o “medicamento certo, na dose certa, via correta e no horário correto” sem depender unicamente da memória ou de registros manuais.
E dá para começar de forma gratuita. Veja só:
Meta 4 – Segurança em procedimentos cirúrgicos
Essa diretriz tem como propósito minimizar os riscos cirúrgicos antes, durante e depois dos procedimentos. Quando se trata de cirurgias, cada detalhe conta, desde a marcação do lado operado até a confirmação do consentimento informado.
Para garantir que alcançará esse objetivo, você pode:
- Criar checklists cirúrgicos digitais personalizados;
- Anexar formulários de consentimento diretamente ao prontuário;
- Programar alertas para revisões pré-operatórias; entre outras ações.
Antes de qualquer procedimento invasivo, é necessário verificar a identificação do paciente. Então, deve-se fazer a marcação do local cirúrgico e a adequação dos equipamentos necessários. Além disso, é preciso confirmar o procedimento prescrito e se o consentimento informado foi obtido.
Esses recursos garantem que o time cirúrgico siga um protocolo unificado, minimizando surpresas e reforçando a confiança do paciente no processo.
Meta 5 – Controle de infecções associadas aos cuidados em saúde
Durante os atendimentos, os pacientes são expostos a riscos de contaminação associados aos próprios procedimentos.
O controle de infecções é um grande desafio para os estabelecimentos de saúde. Por isso, muitas empresas possuem departamentos específicos para esse cuidado. E prevenir infecções hospitalares ou de consultório começa com medidas simples, como a higienização adequada das mãos, mas exige monitoramento constante.
A OMS e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças têm diretrizes baseadas em evidências sobre a higienização adequada das mãos.
Para garantir a segurança do paciente, deve-se lavar as mãos:
- Após contato com áreas próximas a ele (roupas de cama, equipamentos, móveis etc);
- Antes de tocar no paciente;
- Antes de realizar procedimentos;
- Após risco de exposição a fluidos corporais;
- Depois de ter contato com o paciente.
Meta 6 – Prevenção de complicações por quedas
Pacientes em acompanhamento, especialmente idosos ou com mobilidade reduzida, têm risco elevado de quedas. Algumas alternativas recomendadas pela OMS para prevenção são a classificação dos pacientes de acordo com o risco de queda e sinalizar quartos de alto risco.
Em seguida, deve-se também orientar pacientes e acompanhantes sobre os cuidados necessários para evitar acidentes.
Guie a sua equipe a observar e registrar fatores de risco, como: idade avançada, doenças ou medicamentos que afetam o equilíbrio ou a mobilidade.
Além disso, garanta a adaptação do ambiente com recursos como barras de apoio em corredores, rampas e escadas.
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O que é o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP)?
O NSP é um setor obrigatório em clínicas e hospitais, responsável por implementar e monitorar ações para garantir a segurança do paciente. Instituído pela Portaria 529/2013 e regulamentado pela RDC nº 36/2013, faz parte do Programa Nacional de Segurança do Paciente, que consolida a Política Nacional de Segurança do Paciente no Brasil.
Vale lembrar que o NSP deve contar com uma equipe multiprofissional, com foco em melhorar a qualidade do atendimento e a segurança do paciente.
Ao estruturar um NSP, a instituição deve:
- Mapear vulnerabilidades e riscos, criando fluxos de trabalho que previnam eventos adversos;
- Definir indicadores de desempenho, como taxas de infecção ou de quedas;
- Promover treinamentos periódicos para toda a equipe sobre protocolos e boas práticas;
- Elaborar relatórios e planos de ação a partir da análise desses indicadores.
Em clínicas de menor porte, vale começar com um líder de segurança — pode ser um enfermeiro ou gestor clínico — que reúne mensalmente representantes de todas as áreas (recepção, enfermagem, médicos) para:
- Revisar indicadores simples (p. ex., contagem de faltas de higienização);
- Atualizar protocolos básicos (identificação, uso de EPIs, checagem de prontuários);
- Criar um canal interno para reportar incidentes ou quase-acidentes.
Para facilitar essas tarefas, um sistema de gestão integrado ajuda a centralizar registros de eventos, monitorar indicadores em dashboards e disparar alertas quando um item não for cumprido, tornando o NSP mais eficiente mesmo em estruturas enxutas.
A importância da segurança do paciente para clínicas e consultórios
Garantir a segurança do paciente significa, na prática, reduzir a ocorrência de falhas clínicas e administrativos que podem gerar desde pequenos desconfortos até graves complicações.
Menos erros se traduzem em maior confiança do paciente e da sua família, pois eles percebem que estão em um ambiente organizado e profissional. Além disso, quando as instituições evitam eventos adversos, diminuem-se também as glosas de operadoras de saúde, um impacto direto no fluxo de caixa da clínica.
Ao adotar protocolos de segurança e ferramentas digitais para monitorar cada etapa do atendimento, sua clínica também ganha em fidelização: pacientes satisfeitos tendem a retornar e a indicar seus serviços. Essa combinação de confiança e reputação sólida fortalece a imagem da sua marca no mercado e atrai novos clientes, criando um ciclo virtuoso de crescimento.
Menos erros = mais confiança, menos glosas, mais fidelização e melhor reputação.
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Perguntas frequentes sobre segurança do paciente
Veja, a seguir, as respostas para as principais perguntas sobre segurança do paciente.
São: identificação correta dos pacientes; comunicação eficaz; segurança na medicação; segurança cirúrgica; controle de infecções; prevenção de quedas.
Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente e obriga a criação do NSP em hospitais e clínicas, exceto consultórios isolados, laboratórios clínicos e serviços móveis.
Iniciativa do Ministério da Saúde para padronizar práticas de segurança, estabelecer metas e monitorar indicadores de eventos adversos em todo o país.
Designe um líder responsável, mapeie riscos, defina indicadores-chave e reúna a equipe regularmente para avaliar dados e ajustar protocolos.