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Protocolo ABA: manual definitivo para avaliação, conduta e registro

O protocolo ABA reúne as principais regras e procedimentos para garantir que a terapia siga as melhores práticas da abordagem.

Se você trabalha com terapia ABA para pessoas com autismo, provavelmente já percebeu como a organização faz diferença no progresso do paciente. Por isso, ter um protocolo ABA bem definido é tão importante. 

Os protocolos ABA ajudam a garantir que terapeutas, supervisores e famílias estejam na mesma página. Além disso, facilitam o acompanhamento da evolução e tornam as intervenções mais claras e consistentes.

Neste manual definitivo sobre protocolo ABA, você vai entender o que são esses documentos, como criar, aplicar e revisar cada tipo (avaliação, conduta e registro), e ainda ter acesso a ferramentas e uma planilha de evolução ABA. Vamos lá?

O que é o protocolo ABA?

O objetivo principal de um protocolo na ABA é garantir que todas as pessoas envolvidas estejam na mesma página. Isso quer dizer que, terapeuta, família e supervisor entenderão as estratégias usadas e o porquê de cada uma delas. 

Por exemplo, se a meta é ensinar uma criança a pedir água quando está com sede, o protocolo vai dizer exatamente como fazer isso: quais palavras usar, qual o gesto esperado, como dar o reforço, e assim por diante. 

Desse modo, o aprendizado se torna mais claro e mais rápido para a pessoa em tratamento, além de facilitar a análise do que está funcionando, o que precisa de ajuste e quais são os próximos passos.

Protocolos de avaliação ABA

Os protocolos de avaliação no método ABA ajudam a entender em que ponto o paciente está e quais habilidades precisam ser trabalhadas. 

Existem diferentes ferramentas para isso e cada uma tem as suas particularidades. Abaixo, vamos entender quando aplicar cada protocolo.

VB-MAPP (Verbal Behavior Milestones Assessment and Placement Program)

O VB-MAPP é um raio-X das habilidades verbais e sociais. Ele é muito usado para crianças com autismo e atrasos no desenvolvimento, geralmente até os 4 ou 5 anos, mas pode ser adaptado para idades maiores.

O diferencial do VB-MAPP é a divisão por marcos de desenvolvimento e o foco em comunicação funcional. Além disso, ele traz informações sobre comportamentos-problema e barreiras de aprendizado.

ABLLS-R (Assessment of Basic Language and Learning Skills – Revised)

O ABLLS-R é outra ferramenta para avaliar habilidades básicas de linguagem e aprendizado. Ele é mais abrangente que o VB-MAPP em termos de áreas avaliadas e pode ser usado com uma faixa etária maior.

Ele explora habilidades de comunicação, sociais, motoras, de autocuidado e acadêmicas. Por exemplo, ele avalia pontos como:

  • Se a pessoa sabe identificar cores;
  • Se consegue se vestir sozinha;
  • Se sabe contar;
  • Se consegue se comunicar de forma espontânea. 

Ou seja, o ABLLS-R nos dá um panorama do que a pessoa precisa desenvolver para ser mais independente e participar mais ativamente das atividades do dia a dia.

Vineland Adaptive Behavior Scales (Vineland-3)

A Escala de Comportamento Adaptativo Vineland (Vineland-3) é diferente das outras porque ela foca nos comportamentos adaptativos, ou seja, nas habilidades que a pessoa usa para conseguir desenvolver o que precisa no dia a dia. 

Ela é versátil e pode ser usada desde a primeira infância até a fase adulta.

O Vineland avalia quatro domínios principais: 

  1. Comunicação (linguagem receptiva, expressiva e escrita);
  2. Vida diária (habilidades de autocuidado, domésticas e comunitárias);
  3. Socialização (interação social, brincadeira e lazer);
  4. Habilidades motoras (finas e grossas). 

Essas ferramentas nos dão dados importantes, que viram a base para a construção de metas individualizadas para cada pessoa. ]

Protocolo de conduta ABA

Depois de avaliar e entender as necessidades da pessoa, é hora de montar o plano terapêutico. A estrutura básica de um protocolo de conduta ABA geralmente envolve:

  • Definição do alvo: especificar a habilidade que queremos ensinar. Por exemplo, “Pedir a água usando a palavra ‘água’ quando estiver com sede”;
  • Critérios de domínio: como a gente vai saber que a pessoa aprendeu a habilidade. Por exemplo, “A pessoa pede água corretamente em 8 de 10 tentativas, em 3 dias seguidos, com 3 pessoas diferentes e em 2 ambientes diferentes”;
  • Procedimentos de ensino: como vai ensinar a habilidade. Isso inclui dicas (prompts), como o profissional vai apresentar a tarefa, como vai reagir aos erros, e assim por diante;
  • Reforço: definição do que vai ser usado como reforço (um elogio, um brinquedo) e como ele vai ser entregue quando a pessoa acertar;
  • Generalização: processo de garantir que a habilidade aprendida seja usada em diferentes lugares, com diferentes pessoas e em diferentes situações. 

Exemplo de protocolo de conduta ABA

Aqui vamos usar um exemplo do protocolo ABA para uma habilidade de comunicação funcional.

Alvo: a criança pedirá um item preferido usando a palavra “quero” + nome do item.

Critério de domínio: 80% de acerto em 3 sessões consecutivas, com 3 pessoas diferentes, em 2 ambientes distintos, sem dicas verbais diretas.

Procedimento de ensino:

  • Dica física completa: apresente o item preferido, segure a mão da criança e a direcione para apontar para o item, ao mesmo tempo em que você diz “quero [nome do item]”;
  • Dica física parcial: apresente o item e a criança aponta ou começa a apontar, você dá uma leve ajuda para ela completar o movimento, enquanto você diz “quero [nome do item]”;
  • Dica verbal: apresente o item e diga “O que você quer?”. Se a criança não responder, dê a dica verbal “quero [nome do item]”;
  • Dica visual: apresente o item e mostre uma imagem do item;
  • Independente: a criança pede o item sem qualquer dica.

Reforço: após a resposta correta, a criança recebe o item imediatamente e um elogio verbal (ex: “Muito bem!”).

Generalização: treine a habilidade em diferentes locais (sala de terapia, casa, parque), com diferentes pessoas (terapeuta, pais, irmãos) e com diferentes itens preferidos.

É muito importante que os protocolos sejam revisados periodicamente. Os dados coletados no dia a dia mostram se o protocolo está funcionando ou se é necessário fazer ajustes. 

Leia também:

Protocolo de registro e coleta de dados em ABA

Se não existe registro, não há como saber se a terapia está no caminho certo. Por isso, o protocolo de registro e coleta de dados em ABA é o coração da prática. 

Com ele, é possível visualizar o progresso da pessoa de forma objetiva para tomar decisões baseadas em dados, não em achismos.

Existem vários formatos de registro que podem ser usados:

  • Contagem de frequência: quantas vezes um comportamento acontece. Por exemplo, quantas vezes a criança pede água em uma hora;
  • Duração: quanto tempo um comportamento dura. Por exemplo, quanto tempo a criança fica brincando com um brinquedo;
  • Intervalo parcial: observar se um comportamento acontece em um determinado período de tempo. Por exemplo, a cada 5 minutos, o profissional marca se a criança teve algum momento de estresse ou irritação;
  • Registro ABC: aqui é registrado o antecedente (o que aconteceu antes do comportamento), o behavior (o comportamento em si) e a consequência (o que aconteceu depois do comportamento). 

Além de coletar os dados, é preciso saber o que fazer com eles. O mais interessante é que é possível transformar todas essas informações coletadas em planilhas e gráficos de progresso. 

Desse modo, fica muito mais fácil visualizar o avanço da pessoa e compartilhar essas informações com a família e a equipe.

Veja como a Amplimed já ajuda os clientes com funcionalidades específicas para acompanhar os protocolos ABA:

Você pode ver todos os detalhes gratuitamente: agende uma demonstração sem compromisso!

Como fazer um protocolo ABA: passo a passo

Com um passo a passo bem estruturado, fica mais fácil não se perder nas condutas e anotações. Veja abaixo como você pode seguir.

  1. Levantamento de metas

    O primeiro passo é entender o que a pessoa precisa desenvolver. Use os dados das avaliações (VB-MAPP, ABLLS-R, Vineland) para identificar as habilidades que são mais importantes para ela no momento. Pense em metas que sejam relevantes para o dia a dia da pessoa e da família.

  2. Seleção de procedimentos

    Com as metas definidas, é hora de pensar em como você vai ensinar essas habilidades. Quais técnicas da ABA serão usadas? Reforço positivo, modelagem, encadeamento, dicas? Escolha os procedimentos que fazem mais sentido para a habilidade e para a pessoa.

  3. Definição de critérios

    Como você vai saber que a pessoa aprendeu a habilidade? Estabeleça critérios claros e mensuráveis. 
    Por exemplo, “A pessoa consegue pedir o item em 8 de 10 tentativas em 3 dias seguidos.” Isso garante que você tenha uma medida objetiva do progresso.

  4. Elaboração de folha de registro

    Crie uma folha de registro que seja fácil de usar e que permita coletar os dados de forma consistente. Pode ser uma planilha simples ou um software ABA. O importante é que ela registre o que você precisa saber para acompanhar o progresso.

  5. Treinamento da equipe

    Se você tiver uma equipe, é importante que todos estejam alinhados com o protocolo. Treine a equipe para que todos apliquem os procedimentos da mesma forma. Isso garante a consistência da intervenção.

  6. Monitoramento

    Depois de colocar o protocolo em prática, monitore os resultados de perto. Veja se a pessoa está progredindo como esperado. Se não, revise o protocolo, ajuste os procedimentos, mude as dicas. O protocolo é um documento vivo, que precisa ser adaptado conforme a necessidade da pessoa.

Ferramentas e softwares que facilitam protocolos e registros

Durante muito tempo, terapeutas usaram papel, caneta e planilhas de Excel para registrar tudo. Ainda funciona, mas exige tempo e organização. Além disso, esses métodos frequentemente geram erros, retrabalho e dificuldade para criar relatórios mais práticos.

Você já deve ter vivido a situação ou ouvido alguém falar que precisou fazer um relatório com dezenas e dezenas de páginas. Fazer tudo isso manualmente é extremamente cansativo!

Hoje, já existem softwares especializados que agilizam esse trabalho. Um exemplo é o módulo ABA da Amplimed, que oferece:

  • Criação de protocolos digitais personalizados;
  • Planos terapêuticos integrados ao prontuário eletrônico;
  • Geração automática de gráficos de progresso;
  • Compartilhamento seguro com equipe e família.

Ou seja, com a Amplimed, você tem mais tempo para focar no que realmente importa: o atendimento e o desenvolvimento das pessoas. Agende uma demonstração gratuita e tire todas as suas dúvidas! 

É uma ferramenta que realmente faz a diferença no dia a dia do profissional de ABA.

Avanços e tendências em protocolos ABA para 2025

O mundo da ABA não para de evoluir e os protocolos acompanham esse processo. Por isso, é importante ficar de olho nas tendências e nos avanços. Entre eles, podemos citar alguns, como:

  • Integração com teleatendimento: protocolos adaptados para intervenção online;
  • Análise de dados em tempo real: ajustes mais rápidos e precisos;
  • Uso de inteligência artificial: sugestões automáticas de metas com base em dados anteriores.

Essas novidades mostram que os protocolos ABA não devem ser documentos engessados, mas sim ferramentas vivas que evoluem junto com o paciente.

Padronize hoje, melhore resultados amanhã

Como você viu, o protocolo ABA não é só uma burocracia a mais. Ele ajuda a organizar a intervenção, acompanhar resultados, ajustar o que for preciso e envolver toda a equipe.

Protocolos bem escritos e aplicados significam melhores desfechos para as pessoas com autismo, o que é o principal objetivo.

Para te dar uma ajuda nessa jornada de padronização e melhoria, temos duas soluções que podem ajudar muito no dia a dia de profissionais que aplicam o método ABA:

  1. Nossa planilha de acompanhamento terapêutico: uma ferramenta prática para você começar a organizar seus registros. Baixe gratuitamente!
  2. Módulo ABA da Amplimed: descubra como transformar a sua rotina, automatizando registros, gerando gráficos e otimizando todo o seu trabalho. Peça uma demonstração e veja na prática como a gente pode te ajudar!

Invista na padronização e na tecnologia, e veja seu trabalho com ABA alcançar novos patamares!

Perguntas frequentes sobre protocolo ABA

Veja abaixo as principais dúvidas sobre o protocolo ABA.

Como escolher o melhor protocolo de avaliação ABA?

Depende da idade, perfil e objetivos do paciente. O VB-MAPP é excelente para crianças pequenas, enquanto o ABLLS-R oferece uma visão mais ampla.

Existe um modelo de protocolo ABA em PDF gratuito?

Sim! É possível baixar modelos prontos e adaptar conforme as necessidades do paciente. Neste artigo, indicamos um link com material gratuito.

Com que frequência devo revisar o protocolo de conduta?

O ideal é revisar a cada 15 dias ou sempre que os dados de registro indicarem progresso ou dificuldades inesperadas.

Como integrar registros manuais a um software de gestão?

Você pode digitalizar as fichas ou usar ferramentas como o módulo ABA da Amplimed para registrar tudo de forma automática e segura.

O protocolo ABA é obrigatório para todos os pacientes com TEA?

Não é uma obrigação legal, mas é altamente recomendado para garantir consistência, mensuração de resultados e intervenções mais eficientes.

Foto de Patrick Dal Ponte

Patrick Dal Ponte

Olá, eu sou o Patrick! Sou Diretor de Receita da Amplimed. Apaixonado por tecnologia, inovação e mercado SaaS, compartilho insights e tendências dessas áreas. Meu trabalho é alcançar objetivos estratégicos com base na análise de dados.
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