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CID 11: Quais foram as novas alterações?

Confira o que mudou no CID 11, o porquê ter uma versão atualizada e todos os detalhes. Acesse para saber mais!

A área da saúde demanda diversas regras e normas para que os profissionais envolvidos consigam realizar seu trabalho diário de forma certeira e uniforme em qualquer lugar do mundo. Por isso, a CID 11 foi atualizada, incluindo novas doenças. Confira!

Com o passar do tempo, a compreensão da medicina se transformou devido às novas condições e estilos de vida, implementação de novos hábitos na rotina da população, maior complexidade de exames e diagnósticos, entre outros motivos. 

Preparamos esse conteúdo para explicar o que é e qual é a importância da CID 11, além de mostrar suas novas alterações. Confira. 

O que é CID 11?

CID é a sigla para Classificação Internacional de Doenças, traduzida do termo inglês ICD (International Classification of Diseases). Funciona como uma tabela publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e tem como principal objetivo padronizar doenças e problemas de saúde em geral. 

Hoje, a CID é considerada uma das principais ferramentas de trabalho para médicos do mundo todo. Além disso, ela também é capaz de monitorar a incidência e prevalência de enfermidades, apresentando um panorama completo da realidade de muitos países e das suas populações.

Segundo a OMS, o documento disponível no site atualmente é uma previsão da situação de saúde da população. Assim, os governos e entidades médicas podem se planejar, preparar as traduções e treinar os profissionais de saúde para usarem a CID 11, que entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2022.

Por que é necessário ter uma versão da CID atualizada?

As mudanças realizadas são fundamentais para a sociedade atual, visto que a CID 10 foi lançado no início da década de 90. Sendo assim, a tabela antiga não compreende mais as doenças comuns da população, além das especificações, sintomas e sinais. Portanto, não reflete mais a realidade da área da saúde. 

A CID 11 irá refletir os avanços da medicina e da tecnologia que aconteceram de lá para cá. Outro ponto importante é que, de acordo com a OMS, a estrutura de codificação e as ferramentas eletrônicas estão mais simples, possibilitando que os profissionais registrem os prontuários de maneira prática e aumentando a eficiência na rotina. 

Quais são as principais mudanças na CID 11?

Gaming disorder ou distúrbios de jogo 

Na época em que a primeira versão da CID foi criada, os jogos não tinham o mesmo apelo e capacidade de dependência de hoje. 

De lá para cá, a tecnologia nos apresentou tantas novidades eletrônicas, aumentando a interatividade, que grande parte dos jovens e adolescentes (e, porque não dizer, adultos também!) utilizam computadores, tablets, smartphones e outros aparelhos com essa finalidade. 

O vício em jogos eletrônicos se tornou presente e hoje a medicina já identifica diferentes problemas de saúde relacionados a isso. 

Diante dessa realidade, a CID 11 incluiu na listagem o Game Disorder, que em português significa “Distúrbio em Jogos Eletrônicos” e é definida no documento como “um padrão de dependência causado pelos jogos eletrônicos, caracterizado pelo comportamento obsessivo em relação aos jogos, suprimindo qualquer outro interesse ou atividades que não sejam os games, prejudicando a saúde física e mental do portador do transtorno”.

A OMS identificou que o problema apresenta gravidade suficiente para comprometer as áreas de funcionamento pessoal e social. 

Para diagnosticar esse transtorno compulsivo, a pessoa deve ser acompanhada durante 12 meses. O impacto desse vício precisa estar presente nesse período e, além disso, deve ser identificado impacto na vida familiar, social, educacional e profissional.  

Existem ainda algumas subcategorias, veja:

6C51 – Distúrbio de jogo

  • 6C51.0 –  Distúrbio de jogos, predominantemente online;
  • 6C51.1 – Distúrbio de jogo, predominantemente offline;
  • 6C51.Z – Distúrbio de jogo, não especificado;
  • 6C5Y – Outros transtornos especificados devido a comportamentos aditivos;
  • 6C5Z – Transtornos devidos a comportamentos aditivos, não especificados.

Resistência antimicrobiana 

O uso inadequado de antibióticos causa preocupação em médicos e cientistas especializados na área da saúde há bastante tempo. Entretanto, estudos recentes mostram que a realidade pode ser ainda pior que o cenário inicialmente imaginado. 

Diversos micro-organismos já se tornaram resistentes aos tratamentos e não respondem mais às drogas que eram consideradas eficientes há alguns anos. Pesquisas estimam que cerca de 3,5 mil pessoas morrem por dia por causa de resistência antimicrobiana. 

Sendo assim, a OMS classificou a resistência antimicrobiana como uma das 10 maiores ameaças à saúde pública mundial e pretende monitorar e mapear esse problema com a utilização de códigos específicos na CID 11. 

Síndrome de Burnout 

A Síndrome de Burnout ganhou destaque na CID 11, sendo categorizada como uma doença de trabalho e não mais como doença mental, como constava na versão anterior. No documento, ela é definida como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”

As características da doença são a falta de energia, afastamento mental do trabalho, negativismo relacionado ao trabalho de outras pessoas e a diminuição da produtividade e eficiência profissional. 

Com essa mudança, a doença passa a ser vista como um problema de gestão empresarial, atribuindo culpabilidade à empresa que não soube lidar, ou até mesmo foi a causadora do esgotamento profissional do seu funcionário. 

A partir dessa nova interpretação, existe um impacto relacionado ao direito do trabalhador, que poderá requerer indenizações na Justiça do Trabalho. 

Havendo um laudo médico diagnosticando a Síndrome de Burnout, poderá ser categorizado o assédio moral, metas irreais, cobranças excessivas e outras situações como as causadoras da doença. 

É importante perceber que a Síndrome de Burnout é um distúrbio que acontece apenas no contexto ocupacional, não podendo ser aplicado em outras áreas da vida do paciente. 

Transexualidade 

Mais uma mudança importante na CID 11 foi a remoção da transexualidade da categoria de doença mental, como acontecia na versão anterior.

Hoje, o Transtorno de Identidade de Gênero consta como “Incongruência de Gênero” em um capítulo específico dedicado à saúde sexual, e é identificada como “um sentimento de angústia vivido por uma pessoa que não se identifica com seu gênero biológico”.  

De acordo com a OMS, a mudança foi realizada porque cientistas e médicos produziram provas suficientes de que a transexualidade não é um distúrbio mental. Além disso, a organização entendeu que a antiga classificação gerava estigmatização para pessoas que se identificam como transgêneros. 

Mais do que a redução da discriminação, a mudança também abre espaço para a garantia de acesso às intervenções cirúrgicas e terapêuticas, que no Brasil são asseguradas pelo SUS (Sistema Único de Saúde). 

TEA (Transtorno do Espectro Autista) 

Uma das principais alterações está relacionada ao autismo. Na CID 10, a classificação era muito fragmentada, dificultando o entendimento e o diagnóstico, já que uma pessoa poderia ser enquadrada em diferentes códigos. 

Na CID 11, as categorias foram unificadas e organizadas, não diferenciando mais a apresentação do transtorno em si. Nela foram reunidos todos os transtornos que fazem parte do espectro de autismo, como Autismo Infantil, Síndrome de Rett, Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância e o Transtorno com Hipercinesia. 

Leia também: Como identificar o TEA (transtorno do espectro autista)?

Também existem subcategorias, entretanto, cada uma delas existe apenas para diferenciar os tipos de prejuízos de linguagem funcional ou de deficiência intelectual. Veja como ficou:

6A02 – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

  • 6A02.0 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
  • 6A02.1 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
  • 6A02.2 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
  • 6A02.3 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
  • 6A02.5 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;
  • 6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;
  • 6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado.

De acordo com a OMS, essa alteração foi criada para simplificar o diagnóstico e evitar erros de codificação, promovendo acesso mais facilitado aos serviços de saúde. 

TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) 

Na versão anterior da CID, o TDAH não estava incluído na categorização dos principais transtornos. 

O diagnóstico, até então, era feito por meio de uma adaptação nos Transtornos Hipercinéticos, mas passava pelo mesmo problema do autismo, com uma fragmentação excessiva, um paciente poderia se enquadrar em mais de uma categoria.  

Leia também: Prontuário psicológico: veja as vantagens de digitalizar com o sistema de gestão Amplimed

Na tabela CID completa de 2022, foi criada uma categoria específica, também com subdivisões relacionadas à predominância dos prejuízos encontrados. Veja:

6A05 – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

  • 6A05.0 – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade predominante desatento;
  • 6A.05.1 – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade predominantemente hiperativo-impulsivo;
  • 6A05.2 – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, apresentação combinada;
  • 6A05.Y – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, outra forma de apresentação;
  • 6A05.Z – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, apresentação não especificada.

Estresse pós-traumático

A categoria de estresse pós-traumático já constava na CID 10, entretanto era segmentada e dificultava o diagnóstico. A CID 11 reduziu as subcategorias e simplificou a classificação. Veja como ficou:

  • 6B40 – Estresse pós-traumático;
  • 6B41 – Estresse pós-traumático complexo;
  • 6B42 – Transtorno de luto prolongado;
  • 6B43 – Transtorno de adaptação;
  • 6B44 – Transtorno de apego afetivo;
  • 6B45 – Transtorno de engajamento social desinibido;
  • 6B4Y – Outros transtornos associados especificamente com estresse;
  • 6B4Z – Transtornos associados especificamente com estresse, não especificados.

Podemos dizer que a maior mudança trazida pela CID 11 não diz respeito às doenças relacionadas, mas sim à acessibilidade. Essa versão do documento é totalmente online e com formato que facilita o seu uso.  

Viu só como a CID 11 vai ajudar os profissionais de saúde e facilitar sua rotina? 

A CID é um importante instrumento de pesquisa médica e de identificação de problemas de saúde potencialmente preocupantes, por isso, deve ser usada com muita atenção e cuidado. 

Quer saber como essa classificação impulsiona pesquisas nesse segmento? Então continue a leitura com o artigo Como a CID 11 é utilizada para pesquisas na área da saúde.

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