A receita amarela costuma gerar muitas dúvidas entre médicos e outros profissionais da saúde, principalmente os que estão em início de carreira ou que não lidam com esse tipo de prescrição com frequência.
Para preencher esse tipo de receituário é preciso ter atenção redobrada, já que as regras são bem rígidas e qualquer deslize pode causar transtornos sérios. Entre eles, a recusa da farmácia em dispensar o medicamento, aplicação de multas ou até sanções éticas.
Mas calma! Neste conteúdo, você vai entender exatamente o que é a receita amarela, quando ela é obrigatória, como preencher da forma correta e como evitar erros usando a prescrição digital integrada ao prontuário da Amplimed.
Vamos lá?
- O que é a receita amarela e quando ela é obrigatória?
- Como preencher uma receita amarela corretamente?
- Quantas caixas podem ser prescritas na receita amarela?
- Receita branca ou amarela: qual a diferença?
- Quais erros mais comuns no preenchimento da receita amarela?
- Prescrição digital: posso substituir a receita amarela?
- Quando a prescrição digital é aceita
- Quando a prescrição digital não é aceita
- Atenção: receita digital não é receita digitalizada
- Como a Amplimed facilita a rotina de prescrição médica?
- O que as pessoas também perguntam sobre receita amarela
O que é a receita amarela e quando ela é obrigatória?
A receita amarela é a Notificação de Receita A. Esse modelo é exigido quando o profissional prescreve medicamentos que fazem parte das listas A1, A2 e A3 da Anvisa, ou seja, entorpecentes e psicotrópicos de uso controlado.
Entre os medicamentos que precisam desse tipo de receita, podemos citar alguns exemplos:
- Venvanse;
- Ritalina;
- Morfina;
- Oxicodona;
- Metadona;
- Fentanil.
Esses remédios têm um risco alto de dependência e, por isso, exigem um controle mais rígido. O talonário de receita amarela precisa ser autorizado pela Vigilância Sanitária e geralmente vem com um controle numérico individual.
Como preencher uma receita amarela corretamente?
Para evitar erros, o ideal é seguir um passo a passo. Abaixo, criamos um checklist com todas as informações que precisam estar na receita:
- Nome completo do paciente;
- Endereço do paciente;
- Idade do paciente;
- Nome do medicamento (obrigatoriamente pela denominação genérica);
- Quantidade prescrita por extenso e em números (exemplo: “trinta comprimidos”);
- Posologia (como tomar, horários, duração do tratamento);
- Data da emissão da receita;
- Assinatura do médico;
- Carimbo com nome e número do CRM;
- Identificação da farmácia no canhoto (preenchido na dispensação).
Além disso, é obrigatório que a receita seja feita em talonário próprio, impresso por gráfica autorizada e aprovado pela Vigilância Sanitária.
É importante também ficar atento para não rasurar, escrever o nome comercial do remédio, esquecer dados importantes ou preencher em papel comum. Esses são os erros que invalidam a receita.
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Quantas caixas podem ser prescritas na receita amarela?
A receita amarela só permite a prescrição de cinco ampolas ou a quantidade necessária para até 30 dias de tratamento em caso de outras formas de apresentação, como comprimidos, por exemplo. Essa é uma regra definida pela Anvisa e reforçada pelo Conselho Federal de Farmácia.
Receita branca ou amarela: qual a diferença?
A diferença entre as receitas está na finalidade e nos medicamentos prescritos. Vamos simplificar isso com uma tabela:
Receita | Cor | Indicação | Retenção pela farmácia |
Branca comum | Branca | Medicamentos não controlados | Não |
Branca especial | Branca | Tarja preta (Lista B1) | 1 via |
Amarela (A) | Amarela | Psicotrópicos e entorpecentes(A1, A2, A3) | Sim, obrigatória |
Os medicamentos prescritos em receita branca comum são os não controlados, como Dipirona, Ibuprofeno, Omeprazol e entre outros.
Já alguns exemplos de medicações que devem ser prescritas na receita branca especial são:
- Diazepam;
- Clonazepam (Rivotril);
- Alprazolam (Frontal);
- Bromazepam (Lexotan);
- Zolpidem (Stilnox);
- Lorazepam (Lorax);
- Clobazam;
- Midazolam;
- Amitriptilina;
- Fluoxetina;
- Sertralina.
Quais erros mais comuns no preenchimento da receita amarela?
Mesmo com tantos detalhes disponíveis, ainda é comum ver erros no dia a dia, e os mais frequentes são:
- Esquecer dados do paciente, como idade ou endereço;
- Deixar de informar a posologia corretamente;
- Escrever o nome comercial do medicamento em vez do genérico;
- Não assinar ou não carimbar a receita;
- Usar papel errado ou talonário não autorizado.
Esses erros, embora comuns, são totalmente evitáveis, e uma das formas mais seguras de evitar essas falhas é contar com um sistema de prescrição digital que orienta o profissional em cada etapa.
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Prescrição digital: posso substituir a receita amarela?
Não. A receita amarela ainda precisa ser emitida em papel, com talonário autorizado pela Vigilância Sanitária. A prescrição digital com assinatura eletrônica qualificada (ICP-Brasil) é aceita apenas em alguns casos específicos — e a receita amarela não está entre eles.
Quando a prescrição digital é aceita
Ela pode ser usada para:
- Receitas brancas comuns;
- Prescrições de antimicrobianos;
- Receitas de medicamentos das listas C1 e C5, e adendos das listas A1, A2 e B1 (quando não houver exigência de talonário físico).
Quando a prescrição digital não é aceita
Mesmo que a assinatura seja feita com certificado ICP-Brasil, ainda é obrigatório o uso do talonário físico para os seguintes receituários:
- Receita amarela (Notificação de Receita A) – entorpecentes das listas A1 e A2;
- Receita B e B2 (Notificação de Receita B e B2) – psicotrópicos;
- Notificações especiais para Talidomida e Retinoides sistêmicos.
Esses documentos só têm validade quando emitidos em papel oficial, com numeração controlada pelas autoridades sanitárias. Mesmo a entrega remota de medicamentos — permitida pela RDC 812/2023 — não elimina a obrigatoriedade do documento físico em casos em que há exigência de talonário.
Atenção: receita digital não é receita digitalizada
Outro ponto importante é a diferença entre prescrição digital e receita digitalizada:
- Prescrição digital: nasce em meio eletrônico, é assinada digitalmente com certificado ICP-Brasil e possui validade jurídica.
- Receita digitalizada: é apenas uma cópia (foto, escaneamento) de uma receita física assinada manualmente — e não é aceita para medicamentos controlados.
A validade da prescrição digital está condicionada à conformidade com:
- Portaria SVS/MS 344/1998
- Portaria 6/1999
- RDC 22/2014
- MP 2.200-2/2001, que institui a ICP-Brasil
A dispensação também deve ser escriturada no SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados).
Exceções mantidas pela Anvisa
A assinatura digital não se aplica às seguintes notificações, que devem ser emitidas em papel físico:
- Notificação de Receita A (NRA)
- Notificação de Receita Especial para Talidomida
- Notificação de Receita B e B2
- Notificação de Receita Especial para Retinoides sistêmicos
Nestes casos, o talonário é fornecido pela autoridade sanitária (no caso das NRAs e Talidomida) ou impresso pelo profissional com numeração controlada (caso das notificações B, B2 e Retinoides).
Como a Amplimed facilita a rotina de prescrição médica?
Apesar da receita amarela ainda precisar ser feita em papel, a rotina de prescrição pode ser muito mais simples com a ajuda da tecnologia.
A Amplimed oferece uma solução integrada ao prontuário eletrônico que torna o processo muito mais rápido:
- Prescrição digital integrada ao prontuário;
- Sugestões automáticas de medicamentos e posologias baseadas no histórico do paciente;
- Preenchimento guiado para evitar erros;
- Armazenamento seguro e de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados;
- Envio automático de receitas por e-mail ou WhatsApp, com assinatura digital válida.
Com isso, mesmo a receita amarela sendo física, todo o restante da rotina médica fica mais rápido. O profissional evita retrabalho, minimiza falhas e garante segurança jurídica.
Se você ainda não conhece a prescrição digital integrada da Amplimed, esse pode ser o passo que faltava para transformar seu consultório ou clínica.
O que as pessoas também perguntam sobre receita amarela
Separamos abaixo algumas das principais dúvidas sobre a receita amarela e como preencher.
Com os dados completos do paciente, nome genérico do medicamento, posologia, data, CRM e assinatura. Tudo isso no talonário oficial autorizado pela Vigilância Sanitária.
É preciso solicitar o talonário à vigilância sanitária do seu estado. Depois, o médico preenche à mão (com caneta azul) e assina. Sistemas homologados também podem ser usados, desde que a impressão ocorra no talonário físico.
A branca é usada para antibióticos e medicamentos da lista B1 (tarja preta). A amarela é usada para medicamentos mais restritos, como os da lista A1-A3.
O limite é para 30 dias de tratamento. Acima disso, só com justificativa clínica detalhada.
Não. A prescrição de medicamentos como o Venvanse exige receita amarela física, emitida em talonário autorizado.