Anamnese na fisioterapia: o que é, como fazer e exemplos de perguntas essenciais

Anamnese na fisioterapia é a entrevista clínica que reúne dados do paciente para personalizar o tratamento fisioterápico e prevenir riscos.

A anamnese na fisioterapia é o primeiro passo para uma conduta clínica personalizada. Esse processo inicial permite que o fisioterapeuta avalie de forma aprofundada as queixas do paciente, identifique riscos e defina estratégias de tratamento mais seguras e eficazes.

O olhar atento do fisioterapeuta deve ser extremamente apurado, para compreender não apenas os sintomas relatados, mas também sinais captados pela escuta ativa e pela comunicação não verbal. 

Hoje, a tecnologia pode facilitar bastante a avaliação. Um prontuário eletrônico com campos personalizados para fisioterapia, por exemplo, simplifica a coleta de informações, organiza os dados clínicos e garante mais eficiência ao atendimento.

Neste conteúdo, você encontrará um guia completo de boas práticas para realizar a anamnese de fisioterapia de forma estruturada e segura!

O que é anamnese na fisioterapia?

A anamnese na fisioterapia é uma entrevista clínica estruturada realizada no primeiro contato com o paciente, onde se coletam dados iniciais sobre sua queixa e se preenche a ficha de avaliação fisioterapêutica. 

A palavra “anamnese” vem do grego anamnesis, definida como lembrança ou recordação. Assim, a primeira avaliação se baseia na memória do paciente sobre seus sintomas: quando começaram, como variaram em intensidade ou localização e outros detalhes relevantes.

Por isso, um roteiro de perguntas pré-estabelecido facilita a coleta de informações importantes e apoia a definição da melhor terapia.

Fisioterapeuta preenchendo anamnese digital de paciente em prontuário eletrônico durante consulta clínica.

Objetivos da anamnese fisioterápica

Os principais objetivos da anamnese na fisioterapia são:

  • Entender o histórico do paciente: condição atual e pregressa, cirurgias, hábitos e uso de medicamentos;
  • Identificar queixas e sintomas: quando começaram, como evoluem, fatores agravantes e de melhora;
  • Planejar o tratamento: criar um plano de intervenção individualizado;
  • Prever riscos: identificar limitações, doenças associadas e fatores que podem comprometer o tratamento;
  • Definir expectativas: alinhar o que o paciente espera alcançar com a fisioterapia (redução da dor, melhora da mobilidade, retorno ao trabalho ou atividades esportivas).

Como fazer uma anamnese fisioterapêutica?

A anamnese fisioterapêutica pode ser organizada em etapas simples que orientam a coleta de dados e ajudam o profissional a estruturar a conduta clínica:

  1. Identificação do paciente: registre dados básicos como nome, idade, profissão e contatos, que permitem contextualizar a saúde e a rotina;
  2. Queixa principal: anote, com as palavras do paciente, o motivo da consulta e como o problema interfere na sua vida;
  3. História da doença atual (HDA): detalhe início, evolução, intensidade e fatores agravantes ou de melhora dos sintomas;
  4. Histórico pregresso e familiar: inclua doenças anteriores, uso de medicações contínuas e possíveis condições hereditárias;
  5. Hábitos de vida: avalie estilo de vida, prática de atividade física, sono, alimentação e vícios;
  6. Expectativas do paciente: entenda quais resultados ele espera alcançar, como reduzir dor, melhorar mobilidade ou retomar atividades específicas;
  7. Exame físico e sinais vitais: realizar inspeção, palpação e avaliação neurológica, além de aferir parâmetros clínicos.

Essas etapas funcionam como um roteiro inicial. Nos tópicos seguintes, vamos detalhar cada componente para mostrar como aplicá-los na prática e melhorar a qualidade da avaliação fisioterapêutica.

Identificação do paciente

O primeiro passo da anamnese fisioterapêutica é registrar os dados básicos do paciente. Essas informações servem para o cadastro e ajudam a contextualizar a rotina e os fatores que podem impactar sua saúde.

Inclua na ficha:

  • Nome completo;
  • Idade e gênero;
  • Profissão e hobbies;
  • Estado civil e religião (se relevante para o caso);
  • Endereço e telefone;
  • Peso e altura.

Antes de abordar qualquer queixa, é essencial criar uma conexão. Perguntar sobre esses aspectos com interesse genuíno ajuda a construir um vínculo de confiança, que certamente trará frutos ao longo do tratamento.

Queixa principal

Após a etapa de identificação, registre com as palavras do paciente o motivo da consulta. Evite interpretações clínicas neste momento. O objetivo é entender o que o incomoda e como isso afeta sua vida cotidiana.

Exemplos de anotações úteis:

  • “Sinto dor no joelho quando subo escadas.”
  • “Estou com dificuldade para dormir por causa da dor nas costas.”

Essas informações direcionam a investigação clínica e mostram, desde o início, como o sintoma impacta a funcionalidade e a qualidade de vida.

História da doença atual (HDA)

Com base na queixa relatada, aprofunde a análise do quadro atual: quando começou, se a dor é contínua ou intermitente, quais atividades agravam ou aliviam o sintoma, se já houve tratamento prévio e qual foi a resposta.

Investigue pontos como:

  • Início e evolução da dor;
  • Frequência e intensidade dos sintomas;
  • Localização (joelhos, coluna, pescoço, etc.);
  • Fatores que pioram ou melhoram;
  • Presença de edemas, limitação de movimento ou perda funcional.

Esses detalhes serão a base para a definição do plano de cuidado e da conduta terapêutica a ser adotada.

Histórico pregresso e familiar

Toda dor tem uma história — seja um evento isolado, como uma queda recente, ou parte de uma condição crônica com base genética.

Nesta etapa, é importante investigar:

  • Doenças anteriores ou comorbidades;
  • Medicamentos de uso contínuo;
  • Cirurgias realizadas;
  • Diagnósticos clínicos prévios;
  • Condições de saúde entre familiares próximos (como histórico de artrose, doenças autoimunes, etc.).

Alertar o paciente sobre a importância de não omitir dados pode evitar abordagens equivocadas e contribuir para um tratamento mais certeiro.

Hábitos de vida

O estilo de vida do paciente pode interferir diretamente na causa e evolução do problema fisioterapêutico. Por isso, investigue comportamentos que impactam sua saúde física e funcional.

Itens a considerar:

  • Nível de atividade física;
  • Rotina de sono;
  • Alimentação e hidratação;
  • Consumo de álcool, tabaco ou outras substâncias;
  • Estresse, carga de trabalho e ergonomia.

Essas informações ajudam o profissional a propor orientações personalizadas e a pensar em estratégias de prevenção e reabilitação de longo prazo.

Expectativas do paciente

Mais do que aliviar a dor, cada paciente carrega um objetivo pessoal com o tratamento. Compreender essas metas permite alinhar a conduta terapêutica com aquilo que realmente importa para ele.

Alguns exemplos comuns de expectativa:

  • Voltar a caminhar sem dor;
  • Retomar atividades físicas ou esportivas;
  • Dormir melhor;
  • Aumentar a autonomia nas atividades diárias;
  • Reduzir a rigidez ou melhorar a mobilidade.

Perguntar de forma aberta e escutar com atenção pode fazer toda a diferença no engajamento com o plano terapêutico.

Exame físico e sinais vitais

Com as informações subjetivas levantadas, é hora de iniciar a análise objetiva do quadro. O exame físico na fisioterapia costuma ser dividido em etapas, considerando as especificidades de cada caso.

As três fases principais incluem:

  • Inspeção: avaliação visual para identificar assimetrias, desníveis posturais, dificuldades de movimentação e amplitude articular.
  • Palpação: exame tátil que ajuda a identificar pontos dolorosos, áreas de tensão e inflamação.
  • Avaliação neurológica: teste de reflexos e respostas motoras, útil especialmente em quadros com suspeita de comprometimento neurológico.

Além disso, é essencial aferir os sinais vitais:

  • Frequência cardíaca;
  • Pressão arterial;
  • Frequência e padrão respiratório;
  • Saturação de oxigênio.

Componentes da anamnese na fisioterapia: quais perguntas não podem faltar?

Um bom roteiro de anamnese na fisioterapia depende de perguntas bem estruturadas, que orientam o fisioterapeuta e facilitam o relato do paciente. Essas questões podem ser abertas, para estimular a fala, ou fechadas, para coletar informações objetivas. Veja alguns exemplos práticos:

Dor e sintomas

  • Onde está localizada a dor?
  • Desde quando o incômodo começou?
  • Em uma escala de 0 a 10, qual a intensidade?
  • Há fatores que pioram ou aliviam os sintomas?

Rotina e impacto funcional

  • Quais atividades do dia a dia a dor ou limitação atrapalham?
  • O problema afeta o sono, trabalho ou lazer?
  • Já precisou interromper alguma atividade por causa disso?

Histórico clínico e familiar

  • Já teve doenças ou cirurgias relacionadas ao quadro atual?
  • Faz uso contínuo de medicamentos?
  • Há casos semelhantes na família?

Hábitos e estilo de vida

  • Pratica atividade física?
  • Como é sua alimentação e qualidade do sono?
  • Possui vícios como tabagismo ou etilismo?

Apoio e expectativas

  • Conta com rede de apoio familiar ou social no tratamento?
  • Quais resultados espera alcançar com a fisioterapia?
  • Deseja voltar a praticar alguma atividade específica?

Com esse conjunto de perguntas, o fisioterapeuta garante ter coletado todas as informações e personalizar o plano terapêutico de forma mais segura e eficiente.

Diferenças entre anamnese médica, psicológica e fisioterapêutica

Embora todas as anamneses tenham como objetivo compreender melhor o paciente, cada área da saúde tem um foco específico.

  • Anamnese médica: concentra-se no levantamento de sintomas clínicos gerais, histórico de doenças, uso de medicamentos e antecedentes familiares, servindo de base para exames físicos e hipóteses diagnósticas;
  • Anamnese psicológica: busca compreender aspectos emocionais, comportamentais e sociais, investigando traumas, relações interpessoais e impacto das experiências no estado mental do paciente;
  • Anamnese na fisioterapia: tem como diferencial a ênfase em queixas funcionais, dores musculoesqueléticas e impacto na mobilidade. O fisioterapeuta avalia como o problema interfere nas atividades diárias e quais limitações físicas estão presentes, para estruturar um plano terapêutico personalizado.

Essa diferenciação mostra como cada área organiza as informações coletadas, mas todas têm em comum a função de direcionar condutas.

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Ficha de anamnese na fisioterapia pronta

Para facilitar a rotina, abaixo está um modelo de ficha de anamnese na fisioterapia que pode ser adaptado conforme a realidade da clínica ou consultório:

Identificação do paciente

  • Nome completo;
  • Idade;
  • Gênero;
  • Estado civil;
  • Profissão;
  • Contato (telefone e e-mail).

Histórico clínico

  • Queixa principal;
  • Histórico da doença atual (HDA);
  • Doenças anteriores e cirurgias;
  • Medicações em uso;
  • Histórico familiar relevante.

Hábitos de vida

  • Atividade física;
  • Qualidade do sono;
  • Alimentação;
  • Hábitos nocivos (tabagismo, álcool, etc.).

Exame físico

  • Inspeção postural;
  • Palpação;
  • Amplitude de movimento;
  • Força muscular;
  • Reflexos neurológicos.

Sinais vitais

  • Frequência cardíaca
  • Pressão arterial
  • Frequência respiratória
  • Saturação de oxigênio

Esse roteiro servirá como base para que o fisioterapeuta organize as informações dos pacientes de forma clara e segura, garantindo que nada importante seja deixado de lado.

Como preencher a anamnese de fisioterapia no prontuário eletrônico?

O uso de um prontuário eletrônico para fisioterapia torna o preenchimento da anamnese muito mais ágil e seguro. Em vez de depender de fichas físicas ou planilhas dispersas, o fisioterapeuta pode registrar todas as informações diretamente no sistema, de forma estruturada e padronizada.

A tecnologia da Amplimed permite personalizar os campos do prontuário, de acordo com as necessidades da especialidade, além de salvar dados recorrentes para preenchimento automático. Isso reduz o risco de falhas, facilita a continuidade do tratamento e garante a conformidade com a LGPD.

Outro recurso importante são os gráficos evolutivos, que mostram de forma visual a evolução clínica do paciente, ajudando a acompanhar resultados ao longo do tempo e a ajustar o plano terapêutico de forma precisa.

Com o apoio da Ampli IA, é possível ir além do registro manual. A inteligência artificial otimiza a coleta de dados e libera o fisioterapeuta para focar na escuta ativa e na observação dos sinais funcionais, sem perder tempo digitando, alternando entre telas ou formulários.

Isso te ajuda a garantir que a anamnese digital seja não apenas um registro, mas uma ferramenta estratégica para melhorar a gestão clínica e a qualidade do atendimento.

Veja tudo isso na prática: agende uma demonstração!

A importância da anamnese na fisioterapia para conduzir tratamentos melhores

Uma anamnese bem conduzida é o ponto de partida para tratamentos de fisioterapia mais eficazes. É a partir dela que o profissional compreende o histórico, identifica limitações funcionais e estabelece a melhor estratégia de intervenção. 

Quando feita de forma estruturada, a anamnese reduz riscos, melhora a adesão do paciente e garante que cada plano terapêutico seja realmente personalizado.

Vale lembrar que utilizar ferramentas digitais potencializa muito esse processo. O registro seguro em um prontuário eletrônico permite acesso rápido às informações, acompanhamento evolutivo e integração com outros módulos da clínica.

Com o prontuário eletrônico da Amplimed, você tem todas as informações organizadas em um só lugar, de forma segura, digital e personalizada para sua especialidade.

Perguntas frequentes sobre anamnese na fisioterapia

Ficou com dúvidas? Confira as respostas para as perguntas mais frequentes sobre o tema

Quais são os principais tipos de anamnese utilizados na fisioterapia?

Existem três formas principais: ativa, passiva e mista. A escolha depende do nível de consciência e da autonomia do paciente no momento da avaliação.

Como adaptar a anamnese para pacientes com dor crônica?

Nesses casos, é importante incluir perguntas específicas sobre tempo de dor, fatores que agravam ou aliviam os sintomas e o impacto emocional no dia a dia do paciente.

A anamnese pode ser feita de forma digital?

Sim. Com sistemas como o prontuário eletrônico da Amplimed, o fisioterapeuta consegue registrar todas as informações de forma segura, prática e alinhada à LGPD.

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