A medicina moderna se trata sempre do que está em pauta no momento. Dos avanços tecnológicos de uma época e da ampla utilização deles em atendimentos, entre equipamentos e técnicas examinadoras mais recentes.
Por muitos anos, os profissionais se acostumaram com os métodos tradicionais quando se trata de consultas e seguiram um padrão rotineiro: auscultar o paciente com técnicas manuais, sem se esquecer das instrumentais como o estetoscópio, e prescrever alguma medicação ou hábito de mudança de vida, que melhorasse a qualidade da mesma.
Em alguns casos específicos, a recomendação é realizar exames para um diagnóstico mais detalhado como ultrassom, raio-x ou ressonâncias magnéticas.
Contudo, agora estamos na terceira década do século XXI e é necessário acrescentar que houve uma ruptura trazida pelos avanços tecnológicos que já mudou radicalmente as formas de consulta.
Nada, nenhum instrumento ou técnica clássica ainda deve ser jogada fora, mas com todo um departamento digno de um diagnóstico preciso que um médico do século XXI consegue carregar consigo, proporcionado pelo avanço da medicina moderna, pode ser que até mesmo o famoso estetoscópio esteja com os dias (ou pelo menos alguns anos) contados.
Mas quais são esses itens da medicina moderna que um médico do século XXI deve ter? E por que nós ainda não os vemos sendo utilizados em larga escala? Eles são substitutos das técnicas e equipamentos tradicionais, ou apenas adicionais agregadores? Você pode encontrar a resposta para essas perguntas nessa leitura.
O estetoscópio é digital e conectado ao eletrocardiograma
Estamos a uma viagem no tempo para descobrir que, no século XIX, quando um médico conhecido como Dr. Laënnec inventou o estetoscópio, havia muita resistência das pessoas em relação à adotar novas tecnologias. Era a medicina moderna – daquela modernidade – travando suas primeiras batalhas.
Alguns de seus colegas médicos acreditaram que o equipamento seria uma barreira que os afastaria de seus pacientes, já que antes, os auscultavam utilizando o equipamento humano: seus ouvidos. Era uma forma de frieza e, talvez, desconfiável substituir isso pela tecnologia.
O estetoscópio levou três décadas até ser amplamente aceito e hoje se tornou o símbolo universal da medicina.
Contudo, hoje, podemos dizer que o tradicional estetoscópio tem se tornado antiquado diante das inovações que a medicina moderna propõe e já conheceu suas atualizações digitais que farão parte do futuro.
O Eko Core, aprovado nos Estados Unidos por agências que equivalem à nossa Anvisa, Inmetro e CFM (respectivamente FDA, CE e HIPAA) e compatíveis com seus aplicativos, é um dos primeiros exemplos da evolução do estetoscópio.
Seu último produto carro-chefe, o estetoscópio Littman Core 3M, consegue amplificar os batimentos em até 40 vezes no modo digital, possui cancelamento de ruído e possui sete níveis de amplificação.
Esse item ainda permite que o médico equalize a frequência do que está ouvindo, selecionando o órgão no qual deve focar, coração, pulmões ou algum outro, e a posição em que o paciente se encontra, em pé ou sentado.
É possível inclusive armazenar e compartilhar os sons ouvidos durante seu uso, com a possibilidade de compartilhamento em tempo real, para fins de consultas de telemedicina.
O Eko Duo ECG combinado com o estetoscópio é capaz de identificar e amplificar murmúrios do coração, diagnosticando rapidamente taquicardia e bradicardia.
A medicina moderna e o ECG que cabe no bolso
Da próxima vez que alguém mencionar eletrocardiograma force o seu cérebro a não ir mais para aquela imagem de uma grande máquina com diversos fios pendurados e conectada a um monitor que faz a leitura da atividade do coração.
A medicina moderna já nos trouxe a versão futurista desse equipamento, e ela cabe no seu bolso.
O mais recente gadget da KardiaMobile é um ecocardiograma de bolso, aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), e tem as dimensões de um cartão de crédito. Literalmente.
O dispositivo cabe na sua carteira, e, entre suas funcionalidades, detecta seis tipos de arritmia, fibrilação auricular, bradicardia, taquicardia, pressão venosa central, ritmo sinusal com sobrecarga ventricular esquerda e ritmo sinusal com QRS largo.
A conexão do aparelho se dá via bluetooth com seu celular ou tablet, e, com os recursos de afiliação inclusos, você tem acesso a uma análise aprimorada de ECG e mais informações sobre a saúde do seu coração.
Leitores de pressão sanguínea em 30 segundos
Um outro item inventado há mais de um século, 1881 para sermos precisos, ganhou novas nuances digitais na medicina moderna.
A versão atualizada dos leitores de pressão sanguínea do século XXI são leves e portáteis. É o caso do iHealth Clear, capaz de, com um tamanho mínimo, medir assertivamente a sístole, diástole e a frequência cardíaca em apenas 30 segundos.
O dispositivo ainda se conecta a um smartphone para armazenar os dados coletados e é capaz de traçar um comparativo entre os resultados anteriores para verificar se há algum problema que deva ser resolvido com tratamento, ou mesmo como forma de prevenção.
Ultrassom ultra-portátil
Nós já vivemos em uma realidade em que versões portáteis de grandes equipamentos de diagnósticos precisos e avançados existem.
O ultrassom Kosmos da EchoNous é, atualmente, o único ultrassom portátil realmente comparável, a mesmo nível de eficiência, com os grandes aparelhos em carrinhos que conhecemos.
É a promessa da medicina moderna: é o mais desenvolvido dos cuidados médicos, onde quer que você precise que ele esteja.
Tecnologia para os ouvidos no seu bolso
Um exame de otoscopia pode ser desagradável tanto para paciente quanto para médico, especialmente se o profissional se depara com um canal obstruído ou pequeno.
Mas o fato de já existir um dispositivo e um aplicativo para isso traz uma leva de facilidade e tranquilidade que apenas avanços tecnológicos poderiam proporcionar.
O otoscópio Cellscope converte o iPhone do usuário em um otoscópio em vídeo, ele os grava e armazena as imagens do canal auditivo e do tímpano, enquanto, simultaneamente, sincroniza os arquivos à web.
Tecnologia visual de ponta
A EyeQue produz dispositivos que permitem e democratizam testes oftalmológicos avançados.
É o caso do Personal Vision Tracker, que é capaz de medir o status de refração, miopia e astigmatismo, enquanto o EyeQue Insight mede a acuidade visual.
Leves e assertivos, eles permitem que testes oftalmológicos sejam feitos à distância.
Toda a medicina moderna em um único aparelho?
Em StarTrek, o tricoder médico é utilizado para analisar o paciente e identificar doenças, realizando diagnósticos. Eles contém um sensor manual de alta resolução.
O mais perto que a medicina moderna chega disso já está na nossa realidade. É o Viatom Check Me Pro, um único aparelho que é capaz de realizar ecocardiogramas, medir a pressão sanguínea, temperatura corporal, saturação, frequência cardíaca, contagem de passos e outros diversos parâmetros de saúde.
Todos esses dispositivos têm permitido a democratização e acessibilidade da saúde, especialmente se associados a outros recursos, como a utilização de um software médico que permita atendimentos e prontuários remotos, como a Amplimed.
É a forma mais moderna de cuidar da qualidade de vida e buscar novas formas de prevenção e tratamento, modificando, para melhor, a medicina como a conhecemos.
*Esse artigo é uma tradução e adaptação do publicado em The Medical Futurist.
