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7 dicas para mudanças de hábito dos pacientes

A mudança de hábitos para pacientes pode ser tarefa muito difícil de ser implementada. Embora os resultados sejam muito positivos e a prática tenha objetivo de manter o bem-estar e qualidade de vida do paciente, muitos ainda relutam às alterações ou se fragilizam com os obstáculos que aparecem no meio do caminho. 

Hábito é toda atividade que foi executada repetidas vezes e de forma seguida. É como se a repetição de atitudes se tornasse regras de vida. São caminhos que nosso cérebro cria para executar tarefas de forma mais fácil, sem gastar muita energia. 

O cirurgião plástico Maxwell Maltz publicou um livro em que ele defende que um novo hábito leva 21 dias para ser formado e fixado em nossas mentes. Essa informação foi constatada após uma observação que ele fez com os pacientes que passaram por procedimentos cirúrgicos para se adaptar à nova imagem no espelho. 

 

Então esse hábito é algo muito positivo, certo? Bom, nem sempre! Muitas pessoas carregam hábitos ruins e que implicam na manutenção de uma vida saudável e agradável. 

Os profissionais da saúde podem ser agentes de incentivo nessa mudança positiva e também excelentes fornecedores de técnicas para que as transformações ocorram de forma real e significativa. Ainda mais em casos em que o tratamento depende da mudança de hábitos dos pacientes em atendimento. 

Nesse texto você vai compreender mais o que é um hábito, qual a importância dele para os pacientes e quais dicas você pode começar a utilizar agora mesmo para incentivar esse processo. 

Importância da mudança de hábitos para pacientes 

Algumas doenças e sintomas podem ser explicados por rotinas não-saudáveis que foram aderidas pelo paciente. Existem alguns exemplos comuns que demonstram isso: cirrose após ingestão de grande quantidade de álcool por longa data; colesterol alto provocado por alimentação não balanceada; enfisema pulmonar causada pela fumaça do cigarro que causa inflamação nas vias respiratórias, etc. 

Trocar hábitos negativos para positivos promove mais saúde para a população. Por essa razão é importante estar atento ao que seu paciente tem feito e de como as mudanças habituais podem ser benéficas a ele. 

Mudar os hábitos pode ser uma forma de melhorar a qualidade de vida do paciente para sintomas sentidos naquele momento, mas também de começar a trabalhar mais com a medicina preventiva e menos com a curativa. 

Quando a vida de um paciente é composta por bons hábitos em todos os momentos do dia, menores as chances de desenvolver doenças ou então de ter um quadro clínico muito avançado e delicado. 

Importância do diálogo nas consultas 

Informação é a base de tudo! Antes de começar a modificar um hábito, começamos a ter consciência de que determinada atitude repetida não nos faz bem. Somente a partir da consciência que transformações podem ser feitas. 

A consciência vem pela informação. Os pacientes podem até sentir e aflorar o lado empírico ao perceber que algo não vai bem. Mas é somente o profissional da saúde que vai conseguir dar uma base de dados substancial para explicar por qual motivo a vida não anda bem, o que pode ser feito a partir de então e quais resultados são esperados colher a partir de uma nova prática. 

Para que você consiga ajudar os pacientes, tenham conversas francas e explicativas e sempre fale dos ônus e bônus que os hábitos podem causar. 

É importante que o especialista fale bastante também de como será a vida do assistido após a implementação e execução de novos hábitos, chamando atenção para a melhoria e aumento de bem-estar. 

Também é necessário ser muito enfático sobre a necessidade de manter a rotina que foi desenhada durante o atendimento. Não somente para o tratamento de sintomas e doenças atuais, mas também como forma de prevenção e redução de problemas futuros. Ter mais diálogo nas consultas é uma forma de melhorar a adesão aos tratamentos pelos pacientes.

Se todos os profissionais da saúde se propuserem a desenvolver isso com os pacientes, ainda que em passos de formiga, a realidade brasileira pode ser alterada para melhor. 

Importância de manter uma rotina 

A mudança de hábitos para pacientes está completamente associada ao tipo de rotina que era seguido anteriormente e qual se formará agora. Um estudo feito nos Estados Unidos mostrou que nossos hábitos correspondem a 40% da rotina que levamos.

 

 

O hábito é a estratégia do cérebro que é refletida em forma de rotina pelo corpo do paciente depois. Se ele faz determinadas atividades sempre no mesmo horário, o cérebro vai associar todo o contexto em que aquilo acontece à essa atividade. Então quando o horário se aproximar, o cérebro vai liberar substâncias que vão deixar o paciente atento para que determinada função seja realizada, assim como foi em centenas de dias passados. 

É por esse motivo que a rotina é tão importante. Pacientes que fazem tratamento precisam escolher horários fixos para tal e seguir com rigidez para que o cérebro consiga compreender a atividade. Vamos imaginar que um assistido precisa tomar uma medicação sempre às seis da manhã em jejum. Toda vez que o despertador tocar, ele vai associar ao fato de que precisa tomar o remédio antes mesmo do café. Esse ato feito por dias seguidos vai concretizar um hábito e vai auxiliar em todo o quadro clínico. O mesmo ocorre para práticas diárias, como academia e yoga, e até para exercícios, como fisioterapia. 

Quais hábitos podem ser melhorados para manter a saúde?

  • Prática de exercício físico; 
  • Consumo de alimentos mais nutritivos e necessários ao seu próprio organismo; 
  • Inserção de rotina e higienização de sono; 
  • Uso de medicação, quando se for necessário; 
  • Encontrar um hobby; 
  • Prática que vão proporcionar equilíbrio mental e espiritual; 
  • Ingestão de líquido, principalmente água.

Como provocar a mudança de hábito em seus pacientes

Mudar de hábitos pode parecer uma simples tarefa pragmática e repetida, mas que gera muito trabalho ao nosso cérebro. Isso pode dificultar um processo que, aparentemente, é muito mecânico. 

Você enquanto médico será o parceiro do seu paciente para que ele consiga colher novos resultados na rotina a partir dos novos hábitos. Por isso, separamos algumas dicas de como você pode proporcionar mudanças de hábitos reais aos seus pacientes. 

1 – Retrato inicial 

Tire fotos, faça um texto, grave um áudio-relato, anote medidas ou informações sobre o estágio em que o paciente está nesse momento. Esse material servirá como base comparativa em um futuro próximo em que os hábitos serão diferentes e que os resultados físicos e emocionais também sofrerão alteração. 

A comparação é como um mapa e será um bom caminho para que seu paciente perceba as evoluções e as comemore ou então que perceba que ainda está praticando os mesmos hábitos que não estão trazendo retorno algum. 

2 – Análise inicial 

A consciência precisa estar presente nesse momento. Quando o paciente analisa o que está fazendo mal na rotina atual e o que isso está causando para vida dele, ele consegue entender que precisa fazer alterações, uma vez que está sendo prejudicado por ele mesmo. Essa noção pode facilitar o processo de mudança e aumentar o nível de persistência perante incômodos que sentirá nos próximos dias. 

3 – Peça para que o paciente tenha um diário 

 Criar um ambiente para registrar todas as dificuldades, ganhos, vitórias e frustração pode ser uma boa alternativa para que o paciente tenha noção de que ele percorre um processo. E, assim como acontece na vida, esse processo é cheio de altos e baixos. 

Ao ter um local para depositar toda essa história, o paciente se sentirá mais acolhido e poderá revisitar momentos positivos e negativos, fortalecendo a certeza de que tudo passa e nada é imutável. O diário também será bem-vindo quando o paciente não conseguir conversar com uma outra pessoa sobre o assunto. 

Este diário vale em qualquer formato, combinado? Pode de fato ser um diário tradicional escrito à mão, pode ser a gravação de um vídeo ou até mesmo de áudios para registrar os momentos da jornada de mudança de hábitos para pacientes. 

4 – Pesquise junto com o paciente quais pessoas o inspira 

Ter modelos de admiração são boas ferramentas na mudança de hábitos para os pacientes. Se há um parente, um amigo ou até mesmo uma celebridade que o faça brilhar os olhos, incentive para que essa pessoa funcione como uma espécie de linha de chegada ao paciente. 

Mais do que olhar um modelo de algo que queremos conquistar, é imprescindível saber qual a história está por trás. A pesquisa serve para entender os bastidores daquela pessoa que está servindo como base de admiração. Ao saber da história de forma integral, e não somente daquilo que deu certo, o paciente terá mais ânimo e motivação para passar pelos momentos difíceis e adversidades do caminho. Afinal de contas, quem se espelha tanto já enfrentou isso também! 

Mas atenção! É preciso sempre tratar essa dica como uma fonte de inspiração e não de comparação. Fique atento caso o seu paciente confunda esses dois conceitos e converse com ele caso vire uma cobrança e pressão. 

5 – Deixe claro a diferença entre motivação e disciplina 

A dica anterior é uma forma do paciente encontrar um tipo de combustível para conseguir ter mudanças reais de hábitos. Mas ninguém vive somente de motivação. 

Existem duas coisas principais sobre esse tema: a primeira é que motivação precisa ser renovada constantemente. A segunda é que, ainda assim, ela acaba. É nesse momento que entra a disciplina. 

A motivação pode fazer com que a mudança de hábitos para pacientes comece a acontecer. É o que vai comandar o primeiro e até o terceiro dia desse novo formato de vida. Mas é a disciplina que vai fazer com que continue e que o ritmo seja constante até que essa nova prática se torne apenas um hábito. 

Tente deixar claro para o paciente a importância em se ter disciplina nos processos de mudança. Nosso cérebro está acostumado a fazer a mesma coisa tantas vezes seguidas que ele precisa de uma nova repetição – diferente da anterior – pra entender qual sistema vai começar a funcionar daqui pra frente. 

6 – O cérebro pode ser desafiado 

Quando falamos de mudança de hábitos para pacientes, estamos falando de tirar o cérebro da zona de conforto. As novas práticas vão fazer isso naturalmente. Mas alguns exercícios podem ser introduzidos na rotina para incentivar ainda mais esse treino mental: mudar o caminho para o trabalho, escovar os dentes ou comer com a mão contrária que costumamos fazer essa tarefa, entre outros. 

7 – Se mostre disponível para o paciente 

Redes de apoio são fundamentais nas mudanças de hábito, principalmente quando falamos das mais complexas ou daquelas que podem levar o paciente para um quadro clínico mais delicado. 

O suporte da família e dos amigos é muito importante. Mas às vezes pode não existir ou, quem sabe, não bastar. Nesse momento entra o apoio médico que vai dar todo suporte técnico para que os novos hábitos sejam implementados. Pode ser também que o seu paciente sinta alguma dificuldade no processo. O seu conhecimento e expertise podem dar alternativas para se obter o mesmo resultado, mas de uma forma diferente. 

Às vezes desenvolvemos hábitos e costumes em uma época muito remota da nossa vida, como na infância, ou a partir de eventos traumáticos, como um assalto ou um acidente de trânsito, que podem ser mais difíceis de serem modificados e convertidos em um hábito mais saudável.

São os psicólogos que vão conseguir ajudar no processo de mudança de hábito caso a caga esteja muito pesada e difícil de ser alterada. São eles que vão auxiliar o paciente a entender porque a mudança pode ser tão difícil e o que está por trás daquele hábito que causa tanto mal à rotina do assistido. Também é por meio das sessões terapêuticas que o paciente vai conhecer mais a si mesmo e vai poder mapear padrões de comportamento e até vícios que o levam a ter uma vida pouco agradável. 

Ter que passar em mais uma especialidade pode ser uma barreira para o paciente. Pense só: ele já está tendo que fazer muito esforço em tentar coisas novas e seguir o cronograma planejado por vocês em consultório. Ter mais um especialista para visitar pode deixar tudo mais complexo e demorado. 

Pensando nisso, tanto para algumas de suas consultas quanto para os atendimentos psicológicos, a telemedicina pode ser uma aliada e facilitadora de processos. 

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