A anamnese de fisioterapia pode ser vista como uma avaliação integrativa. Isso porque o paciente que chega a este profissional da saúde já passou por um outro especialista que realizou o encaminhamento.
O olhar de um fisioterapeuta deve ser extremamente apurado para determinar o melhor tipo de tratamento para a queixa de cada paciente, assim como deve trazer a possibilidade de conforto físico de volta à sua vida.
Existem diversas formas de executar uma boa anamnese, por meio da escuta ativa, da comunicação não verbal e outros elementos.
Neste artigo, você encontra um guia de boas práticas para a anamnese de fisioterapia. Confira!
O melhor momento da saúde para a fisioterapia
O que é anamnese fisioterapêutica?
Qual a importância da anamnese na fisioterapia?
Como fazer uma anamnese na fisioterapia?
Como fazer uma ficha de avaliação de fisioterapia?
Anamnese é equilíbrio entre técnico e humano
O melhor momento da saúde para a fisioterapia
A especialidade está em seu auge após a Agência Nacional de Saúde (ANS) ter aprovado o número ilimitado de atendimentos em fisioterapia.
A medida é válida para usuários de plano de saúde inclusos nas doenças e condições determinadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), entre elas: Transtorno do Espectro Autista, Síndrome de Down e Paralisia Cerebral.
De acordo com a ANS, essa é a forma de “promover a igualdade de direitos aos usuários de saúde suplementar, e padronizar o formato dos procedimentos atualmente assegurados, relativos a essas categorias profissionais”.
Além da fisioterapia, a Agência também retirou o limite de atendimentos de outras modalidades, como terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia, ampliando o acesso à saúde.

O que é anamnese fisioterapêutica?
A anamnese nada mais é do que o primeiro contato com o paciente, onde se coleta os dados iniciais do seu problema e preenche a ficha de avaliação de fisioterapia. A palavra “anamnese” vem do grego anamnesis, e é definida como uma lembrança, recordação.
Portanto, nada mais justo do que afirmar que é neste principal ponto em que uma primeira avaliação se baseia: a memória do paciente sobre seus sintomas. Quando começaram, quais as variações de intensidade ou localidade e outros detalhes.
Dessa forma, ter um roteiro de perguntas pré-estabelecido auxilia na coleta de informações importantes para a definição da melhor terapia e exercícios a serem aplicados.
Qual a importância da anamnese na fisioterapia?
A realização da anamnese na fisioterapia é uma etapa fundamental para fazer diagnósticos e, posteriormente, prescrever tratamentos assertivos. É por meio dela que será possível entender o que acontece, quanto tempo será necessário fazer o tratamento, estabelecer abordagens e cuidados etc.
Sua objetividade e concretude quanto ao diagnóstico, ao realizar avaliações detalhadas e exames físicos para definir a linha de tratamento, incentiva a confiança de quem procura por esse recurso.

Como fazer uma anamnese na fisioterapia?
A seguir, confira um pequeno guia para realizar uma anamnese fisioterapêutica atenta.
Conheça a história
Uma anamnese nunca deve começar diretamente pela queixa do paciente. É necessário que o profissional de saúde se conecte a ele, mesmo que minimamente, conhecendo informações básicas da sua história pessoal.
Dentro da ficha, o profissional está livre para anotar itens como nome, idade, profissão, estado civil e religião.
Apesar de algumas coisas soarem como pessoais, como a religião, elas são necessárias. Afinal, algumas delas não aceitam transfusão de sangue, por exemplo.
Além disso, conhecer a história do seu paciente, assim como histórico familiar, deixará o atendimento humanizado e contribuirá para um diagnóstico mais preciso.

Avalie seus sintomas
Após conhecer o paciente mais a fundo, é o momento de avaliar o motivo pelo qual ele procurou um profissional da fisioterapia.
Nesse ponto você verá que ele provavelmente já o encontrou por encaminhamento de outro especialista, ortopedista ou até mesmo um reumatologista, que o indicou, pois, confia em seu trabalho, reiterando a importância de uma rede de indicações.
Entenda a origem do problema, a quantidade de articulações edemaciadas e dolorosas, sua localização, pescoço, joelhos, coluna ou outros, a falta de mobilidade, entre outros pontos importantes.
Essa etapa começará a ser o guia para a definição do tratamento e de como ele será abordado durante as sessões.

Entenda a importância do histórico
Toda dor conta uma história, seja ela um tombo levado na noite anterior ou uma cronologia familiar de artrose, por exemplo.
Por isso, é importante que o profissional de saúde deixe o paciente à vontade em consulta para compartilhar este tipo de informação essencial para a assertividade do diagnóstico e do tratamento.
Mas é preciso, também, deixar claro que a omissão de alguns dados de histórico podem acarretar uma maior dificuldade para a resolução do problema, linhas de cuidado erradas e demora na identificação correta da doença.
Certos termos técnicos ajudam a guiar este passo da anamnese, portanto, considere estes pontos no momento de entender o histórico:
- História da patologia pregressa (doenças anteriores do paciente);
- Histórico familiar (doenças presentes entre os familiares mais próximos);
- Histórico de medicações (o paciente deve apontar aquelas que toma continuamente);
- História social (hábitos e vícios).
A ideia da fisioterapia é, com o tratamento correto, melhorar a qualidade de vida do paciente que apresenta dores ou dificuldades, e para isso, é essencial que ele se sinta seguro para compartilhar sua história.
Associado a isso, o profissional da saúde também deve estar sempre atento à comunicação não verbal revelada.

Exame físico e sinais vitais
Após praticar a escuta com o seu paciente, é chegado o momento de verificar o comprometimento físico.
A maioria das anamneses se diferencia justamente nessa etapa, afinal, especialidades diferentes exigem exames físicos específicos e personalizados.
No caso da anamnese de fisioterapia, podemos separar a avaliação em três fases:
- Inspeção: capaz de reportar clinicamente desníveis, assimetrias e alinhamentos, assim como dificuldades de movimentação e limitações de flexibilidade;
- Inspeção neurológica: responsável por testar os reflexos e respostas motoras do organismo;
- Palpação: o exame tátil realizado pelo profissional da saúde, exercendo pressões diferentes nas áreas queixosas e naquelas que ele avalia como pontos de atenção, ou que podem ser futuramente acometidas.
Além disso, é essencial aferir durante a anamnese os sinais vitais do paciente, como frequência cardíaca, pressão arterial, frequência e padrão respiratório e saturação de oxigênio.
Como fazer uma ficha de avaliação de fisioterapia?
Alguns itens são imprescindíveis e devem constar na ficha de avaliação, para um diagnóstico assertivo e proposta de tratamento adequada.
Listamos, abaixo, um pequeno guia de campos sugeridos para preenchimento, apesar de não haver um padrão obrigatório a seguir.
- Nome;
- Idade;
- Gênero;
- Profissão;
- Hobbies;
- Peso;
- Altura;
- Estado civil;
- Endereço;
- Telefone;
- Queixa principal;
- Histórico da doença atual;
- Histórico da doença pregressa;
- Doenças associadas;
- Hábitos de vida;
- Histórico familiar;
- Medicações em uso;
- Diagnóstico clínico;
- Diagnóstico fisioterapêutico;
- Inspeção;
- Frequência cardíaca;
- Pressão arterial;
- Frequência e padrão respiratório;
- Saturação de oxigênio.
No entanto, cada caso é um caso. Nem todos os pacientes terão todas as informações. Por isso, avalie quais desses dados serão relevantes colocar na ficha de cada paciente.
Anamnese é equilíbrio entre técnico e humano
A verdade é que toda ficha de anamnese tem suas particularidades, portanto, todo processo de anamnese será diferente de especialista para especialista. Por isso, é preciso que você conheça bem as necessidades apresentadas pelos seus pacientes.
O exame físico e a aferição de sinais vitais não podem sobressair ao humano, ao profissional disposto, em prontidão e, principalmente, empático com a história de cada paciente.
Assim como a consulta não pode ser exclusivamente uma conversa amigável, deixando de lado a busca por sinais que podem ser a chave para a resolução da queixa.
É necessário apurar o olhar e a escuta, praticar o equilíbrio entre todas as etapas de uma boa anamnese, para que nenhum detalhe passe despercebido.
Confira mais sobre como estar atento a toda a comunicação que o paciente deixa transparecer, intencionalmente ou não, no nosso artigo que trata da importância da escuta ativa para uma anamnese bem feita.